09 dezembro 2011

O que eu peço é que você seja sempre de verdade também. Que me queira assim, imperfeita e cheia de confusões. Que saiba os momentos em que eu preciso de uma mão passando entre os fios de cabelo. Que perceba que às vezes tudo o que eu preciso é do silêncio e do barulho da nossa respiração. Que veja que eu me esforço de um jeito nem sempre certo. Que veja lá na frente uma estrada, inteiramente nossa, cheia de opções e curvas. E que aceite que buracos sempre terão.

08 dezembro 2011

Definitivamente, virando a página

Desamarra devagar os últimos laços, como quem se despe, sem pressa, e deixa deslizar na superfície da pele essa roupa desgastada dos dias. Cansou de ser outono nos olhos. Mergulhou e emergiu de novo nome. Batismo de profeta. O movimento. A mudança. Na tormenta, sempre se pode andar sobre as águas. Ou mergulhar nelas, bem fundo.

[Cecília Braga]